(Helinando Oliveira)
O capitalismo, em sua ânsia de transformar cidadãos em consumidores, é uma fonte de desequilíbrio ambiental sem precedentes. Uma frente de oposição a esse movimento tem nos governos uma grande força, especialmente quando apoiada pelos cidadãos.
Foi assim que se levantou uma política contra o tabagismo e, mais recentemente, pelo incentivo à substituição de veículos a combustão por veículos elétricos. Há, no entanto, necessidade urgente de substituição dos plásticos por embalagens ecológicas (papelão, papel e tecido) e da extinção de copos plásticos pela adoção de canecas de porcelana e vidro.
Você percebeu que o Nossa Ciência não tem fontes de recursos? Considere contribuir com esse projeto, mandando pix para contato@nossaciencia.com
A simples substituição dos ultraprocessados por alimentos naturais, por exemplo, além de impactar a qualidade de vida das pessoas, é também mais uma fonte de eliminação de plásticos e embalagens de nossa rotina. Todas essas práticas, associadas à conscientização por meio de uma educação ambiental sólida, são fundamentais para reaproximar as gerações futuras do conceito de sustentabilidade.
Ações individuais em prol de um mundo mais limpo podem parecer com a velha história do pássaro que tenta conter o incêndio jogando gotas de água na floresta em chamas. E, de certa forma, são assim, até que todos os pássaros percebam qual é a fonte do fogo: o modo capitalista de gerar lixo.
Já está provado que o planeta não dispõe de matéria-prima suficiente para sustentar os níveis de consumo mantidos pelo hemisfério norte. O cerne da questão é que há uma mudança de padrão necessária a ser seguida: não há como descartar tantos eletrodomésticos, telefones, carros e embalagens em tão pouco tempo. É necessário repensar o conceito de trabalhar para consumir e substituí-lo pelo modelo de trabalhar para viver. Nele estão embutidas a felicidade e a cura de doenças da mente já consideradas como mercados para a indústria.
Não precisamos de um novo modelo de telefone celular a cada ano e, antes mesmo de decidir, precisamos entender quanto tempo trabalhamos por essa aquisição. Vale a pena gerar lixo às custas de nosso suor? Educação ambiental é também virar as costas a um modo de produção que não se sustenta. Pense nisso.
Se você chegou até aqui, considere contribuir para a manutenção desse projeto. Faça um pix de qualquer valor para contato@nossaciencia.com
Leia outros textos da coluna Ciência Nordestina
Helinando Oliveira é físico, professor titular da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e atualmente é vice presidente da Academia Pernambucana de Ciência









Entre na discussão