Em um comunicado curto, o pessoal da redação de O Joio e o Trigo informou que o Tribunal de Justiça de Rondônia determinou a retirada do ar de uma reportagem sobre desmatamento e a indústria da carne. A determinação exige também que notícia seja excluída de todas as redes sociais e de qualquer espaço de divulgação sob administração do veículo de comunicação.
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Ainda segundo a nota, o magistrado responsável determinou que o caso corra em segredo de Justiça, o que impede a divulgação dos nomes dos envolvidos.
Em seu perfil no instagram, O Joio e o Trigo se apresenta como empresa de mídia e notícias, especializada em jornalismo investigativo sobre alimentação, saúde e poder.
Reportagem
Embora ninguém da redação possa fornecer informações, circula entre os leitores do portal a indicação de qual reportagem teria sido censurada pelo TJ de Rondônia. Publicada em 30 de janeiro deste ano, a reportagem informa que o senador Jaime Bagattoli (PL), um dos maiores pecuaristas do país, assume comprar gado de desmatadores. O empresário utiliza recursos captados no mercado de capitais para comprar animais criados em pastagens originadas de desmatamentos da Amazônia.
Em entrevista concedida ao jornal Nexo, por telefone, em janeiro, o senador do PL afirmou que não verifica a origem do gado que compra. Ele garantiu que mais da metade dos criadores de gado dos estados de Mato Grosso e Rondônia têm problemas de regularização fundiária em suas terras. Afirmou ainda que o produtor vende para outro produtor, que vende para outro até que o gado seja vendido para sua empresa. Em outras palavras, o dono do Grupo Bagattoli Divisão Agro explicou o processo de “lavagem de gado”.
Censura
A liminar determinando a exclusão do material foi concedida no último dia 8 de agosto. O veículo afirma que cumpriu a decisão logo após ser notificado e destaca que esta é a primeira vez que sofre uma ação judicial movida por pessoas mencionadas em reportagem. A redação classifica a ação e a determinação para a retirada da matéria do ar como cerceamento da liberdade de expressão.
O Joio esclarece que seu trabalho prima pela qualidade das apurações, marcadas por um processo de checagem de informação e consulta prévia a advogados no caso de conteúdos sensíveis. O grupo finaliza a nota, afirmando que vai recorrer da decisão.
“O Joio e O Trigo não concorda com a decisão judicial e vai interpor todos os recursos admitidos no processo judicial para revertê-la, com o restabelecimento da ordem jurídica e a preservação do direito de expressão jornalística.”
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