UFPB é a instituição com maior nº de bolsas. (Foto: Fapesq / Cedida)

Paraíba supera médias nacional e regional na titulação de mestres e doutores

Uma ferramenta desenvolvida pelo Laboratório de Estudos em Modelagem Aplicada da Universidade Federal da Paraíba (LEMA/UFPB) indica que o estado vem se consolidando como polo de excelência em pesquisa e pós-graduação. Informações repassadas pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), órgão do Governo do Estado, mostram que entre 2019 e 2023, houve um crescimento de 548,6% na concessão de bolsas para novos mestres e doutores. O investimento anual da Fapesq passou de R$ 473 mil, em 2019, para R$ 14,11 milhões em 2023 — crescimento de 105% apenas no último ano.

Você percebeu que o Nossa Ciência não tem fontes de recursos? Contribua com esse projeto, mandando pix para contato@nossaciencia.com

Os resultados do aporte são concretos e mensuráveis, conforme aponta o Sistema de Indicadores de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (SIDTec), plataforma criada sob demanda da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties).

Para Antonio Guedes Rangel Junior, presidente da Fapesq, o aporte de recursos por parte da instituição “é a forma que nós temos de fomentar o desenvolvimento social por intermédio da ciência, da tecnologia e inovação.” Ele garante que a fundação tem oferecido cerca de 250 bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado por ano.

Números que impressionam

Presidente da Fapesq, Rangel Junior, destaca internacionalização da ciência produzida na Paraíba. (Foto: Fapesq / Cedida)

De acordo com o SIDTec, a Paraíba superou os desempenhos do Brasil e do Nordeste em indicadores-chave entre 2019 e 2022. No período, registrou média anual de 44,34 titulações de mestrado e doutorado — acima da média nacional (33,42) e da nordestina (22,98).

Na proporção por habitantes, o desempenho também se destaca: são 2,48 novos mestres e doutores a cada 100 mil habitantes, contra 1,77 no país e 1,36 no Nordeste. O estado ainda lidera em atração de talentos, com 45,44 matriculados na pós-graduação por 100 mil habitantes, superando os índices do Brasil (35,12) e da região (25,54).

Rangel Junior destacou ainda que o investimento da Fapesq em bolsas para as universidades mais produtivas do estado se revertem também na internacionalização da produção científica paraibana. “Um fortíssimo processo de internacionalização da ciência produzida na Paraíba e que vai além da questão exclusiva da ciência, mas também dos seus resultados por intermédio de um processo de interlocução e intercâmbio internacional dos produtos gerados aqui na Paraíba que agregam este tipo de inovação”, afirmou.

Resposta ao apoio do Governo

Professor Alessio Almeida (ao centro), coordenador do Lema/UFPB e sua equipe (Foto: Fapesq / Cedida)

Conforme observou Patrícia Costa, coordenadora de Programas e Projetos da Fapesq, esses números são a resposta do apoio e investimento do Governo do Estado, através do Programa de Bolsas de Pós-Graduação da Fapesq, durante o período da escassez dos recursos federais como também relacionado ao impacto da pandemia de covid. “Apesar de todo o período de dificuldades o Governo da Paraíba reconheceu a importância e conseguiu manter o repasse dos resultados para a Ciência e Tecnologia”, afirmou Patrícia.

Esse avanço é sustentado por infraestrutura acadêmica sólida. Segundo o pesquisador Aléssio Almeida, coordenador do LEMA/UFPB, a Paraíba contava com 110 programas de pós-graduação reconhecidos pela Capes em 2022. A maioria está concentrada em instituições públicas: a UFPB reúne 63 programas, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) possui 30 e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), 16. Duas instituições privadas oferecem um curso cada.

Centralização

A análise e o monitoramento desses resultados são viabilizados pelo SIDTec, plataforma estratégica que centraliza e divulga indicadores das áreas de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (CTIES) no estado.

Coordenada pela Secties e desenvolvida em parceria com o LEMA/UFPB, a ferramenta integra dados de fontes oficiais como Inep, IBGE, Capes, CNPq e a Plataforma Lattes. O sistema organiza informações sobre fomento à pesquisa, desempenho de cursos e produção científica, oferecendo base sólida para a formulação e o aprimoramento de políticas públicas na Paraíba.

Se você chegou até aqui, considere contribuir para a manutenção desse projeto. Faça um pix de qualquer valor para contato@nossaciencia.com