Editada às 15h14 (Pedro Peduzzi – Agência Brasil)
Desastres associados às mudanças climáticas, como incêndios florestais, secas, inundações e deslizamentos resultaram em perdas econômicas superiores a R$ 732,2 bilhões para os municípios brasileiros, entre 2013 e 2024.
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Tais eventos afetaram, segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 95% das cidades brasileiras, em frequência e intensidade cada vez maiores. O prejuízo vai além dos âmbitos econômico e ambiental, afetando também aspectos humanos e sociais.
“No mesmo período, foram registradas mais de 70,3 mil decretações municipais de situação de emergência ou estado de calamidade pública, e mais de 6 milhões de pessoas precisaram deixar suas casas”, diz o estudo.
O Estudo: Diagnóstico sobre a Estrutura das Defesas Civis Municipais contou com a participação de 2.871 municípios do país, número que corresponde à metade (50,6%, mais precisamente) das cidades do país. Segundo a CNM, a coleta de dados ocorreu entre agosto de 2024 e março de 2025, por meio de um formulário online.
Sem órgão específico
Ainda de acordo com o estudo, apenas 12% dos municípios possuem órgão próprio inserido em secretaria específica para lidar tais questões, o que dificulta ainda mais as atuações locais visando proteção e defesa civil.
“Cerca de 49% [dos gestores] disseram que acumulam a função de proteção e defesa civil em outros órgãos da administração local e 32% contam com estrutura exclusiva vinculada ao gabinete do prefeito”, detalhou a CNM ao afirmar que tais informações “ajudam a compreender a desassistência da gestão municipal, com políticas públicas de prevenção insuficientes”.
Diante desse cenário, o presidente da CNM, o Paulo Ziulkoski diz ser “urgente” uma atuação federativa com “apoio técnico e financeiro contínuo, de modo a fortalecer a gestão municipal de riscos e desastres”.
Segundo a entidade, cerca de 67% dos municípios disseram precisar de auxílio financeiro para ações de prevenção de desastres; e mais de 70% informaram que seus gastos mensais com defesa civil “não ultrapassam os R$ 50 mil”.
Consórcios intermunicipais
Na avaliação da CNM, o fortalecimento das defesas civis locais passa pela articulação contínua entre União, estados e municípios, “por meio de diálogos, conferências e pesquisas que orientem políticas eficazes de gestão de riscos”.
Uma solução sugerida pela CNM é a de usar, como instrumento visando a ampliação das capacidades locais, consórcios intermunicipais que, segundo a entidade, ainda são pouco explorados pelos municípios. Apenas 15% informaram participar desse tipo de parceria voltadas à Defesa Civil.
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Radar meteorológico de alta precisão em Recife

Nesta quarta-feira (12) foi anunciada a instalação de um radar meteorológico de Banda S na cidade do Recife (PE), resultado de um protocolo de intenções entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a prefeitura do Recife. Estiveram presentes no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA), o espaço que abriga as atividades do MCTI durante a COP30, a ministra Luciana Santos e o prefeito da capital pernambucana, João Campos.
O radar meteorológico, com investimento superior a R$ 30 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), via Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), vai ampliar a precisão das previsões e fortalecer o monitoramento das chuvas na região metropolitana, onde vivem mais de quatro milhões de pessoas.
“Estamos ampliando o número de pluviômetros em Pernambuco e instalando um radar de alta resolução, que vai reforçar a capacidade de previsão e antecipação de fenômenos extremos. Quanto mais dados, mais próximos da realidade nós chegamos”, explicou a ministra Luciana Santos.
Ex-prefeita de Olinda, Luciana Santos lembrou a importância das ações de prevenção para reduzir os impactos das chuvas em áreas vulneráveis. “Sei o que representa o período chuvoso para quem vive nas encostas e nos alagados. A parceria com o Recife fortalece o enfrentamento às mudanças climáticas e amplia a proteção da população”, destacou.
O prefeito João Campos também enfatizou o impacto do investimento para a capital pernambucana. “O novo radar é um marco. Com ele, teremos mais precisão e capacidade de antecipar os momentos críticos do período chuvoso. É um investimento que o Recife dificilmente conseguiria fazer sozinho, e que só se torna possível por meio dessa parceria com o governo federal”, afirmou.
A previsão é que a instalação do equipamento comece no próximo ano, consolidando Recife como uma das cidades brasileiras mais preparadas para lidar com eventos climáticos extremos.
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