Estratégias de adaptação precisam considerar múltiplos cenários. (Foto: Agência Brasil)

Science20 2025 lança Declaração com recomendações para a Cúpula do G20

(Marcos Torres / ABC)

Às vésperas da Cúpula do G20 em Johanesburgo, África do Sul, nos dias 22 e 23 de novembro, as academias nacionais de ciência reunidas no Science 20 (S20), o grupo de engajamento para a ciência do bloco, divulgaram a Declaração do S20 2025. A Academia Brasileira de Ciências (ABC) teve participação ativa na elaboração do documento e integrou a troika responsável pela condução da reunião, composta pelo país sede do S20, pela sede da edição anterior (Brasil) e pela sede da próxima edição (Estados Unidos).

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Intitulado “A Ação Climática pode Salvar Vidas e Impulsionar a Sustentabilidade”, o documento delimita cinco áreas prioritárias, trazendo recomendações estratégicas para os chefes de Estado presentes na Cúpula.

Saúde Humana e Ambiental

A Declaração enfatiza o modelo Saúde Única, que entende a saúde humana como interligada com o ambiente ao seu redor. O S20 defende investimentos em sistemas de monitoração da qualidade de água e tecnologias limpas, bem como sistemas de alerta e resposta aos desastres climáticos, sobretudo para populações mais vulneráveis.

Comida, Água e Energia

As mudanças climáticas afetam profundamente o equilíbrio dos sistemas naturais que governam a disponibilidade de água, alimentos e energia no planeta. A Declaração recomenda a promoção da agricultura sustentável, com a adoção de práticas agroecológicas; o fortalecimento de pequenos produtores e círculos locais de produção; e um planejamento urbano mais eficiente, que aproxime moradia e trabalho e faça uso sustentável dos recursos.

Povos Indígenas, Comunidades Locais e Populações Vulneráveis

O conhecimento e as práticas de comunidade tradicionais e indígenas são cada vez mais reconhecidas como chave para a resposta às mudanças climáticas. O documento defende que a voz dessas populações seja central no processo decisório, com apoio a práticas comunitárias para adaptação e mitigação. Ao mesmo tempo, essas populações estão entre as que mais serão afetadas pelo aquecimento do planeta, portanto, sistemas de monitoramento de catástrofes precisam garantir que sejam avisados com antecedência.

Adaptação às Mudanças Climáticas

Estratégias de adaptação precisam considerar múltiplos cenários. O fortalecimento de sistemas de alerta precisa integrar a comunidade local e focar nas pessoas mais vulneráveis. É preciso garantir o acesso à informação específica para os riscos particulares de cada região e integrar os sistemas de monitoramento climático. O documento também recomenta a restauração natural e semi-natural de ecossistemas e a conservação da biodiversidade.

Mitigação

O maior desafio do enfrentamento às mudanças climáticas continua sendo a redução de emissões ao net zero, a neutralidade entre emissão e absorção de carbono. Isso envolve realizar uma transição energética verdadeira, fazendo uso de renováveis e energias de baixa emissão. O documento defende soluções baseadas em mercado, como os créditos de carbono, a promoção de uma economia circular e sustentável e o maior investimento em pesquisa e inovação climática.

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