No Rio Grande do Norte, apenas 208 pesquisadores têm bolsa de produtividade no CNPq, que além de ser um apoio financeiro, é um sinal de reconhecimento pelos pares aos pesquisadores com destacada produção científica. Dividida em cinco níveis, a lista potiguar dos bolsistas de produtividade tem apenas nove pesquisadores no topo da classificação: o nível 1A. Um deles é o professor Nildo da Silva Dias.
Com formação na área de Agronomia, alia sua importante posição na carreira de pesquisador a uma extrema consciência de sua responsabilidade social. Aliás, uma é resultado da outra. É professor permanente do Programa de Pós Graduação em Fitotecnia, da Universidade Federal Rural do Semiárido e tem experiência na área de manejo ecológico e conservação dos solos e da água, com ênfase em tecnologia sociais de convivência com o semiárido e, manejo da salinidade na agricultura.
Agenda 2030
Depois de vencer Prêmios nacionais e internacionais ligados ao uso racional e conservação de água, entre os quais o I Prêmio ODS Brasil/Agenda 2030 na Categoria Ensino Pesquisa e Extensão, Nildo Dias assume a missão de ampliar ainda mais sua atuação para a divulgação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A partir de hoje, ele passa a escrever uma coluna quinzenal no Nossa Ciência, chamada “O mundo que queremos”.
Pontuando que já se passaram cinco anos desde que os chefes de 193 países, incluindo o do Brasil, prometeram aos 7,8 bilhões de habitantes da Terra que o planeta seria um lugar melhor para se viver e que ninguém ficaria para trás, o professor lembra que quase um terço das pessoas no mundo estão abaixo na linha de extrema pobreza. Ou seja, vivem com menos de 1,5 dólar por dia, o que representa menos de 10 reais. Outro dado apresentado é que 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável e não é suficiente apenas garantir o acesso à água potável e ao saneamento, mas também a gestão sustentável dela, afinal é preciso resolver os problemas do planeta sem comprometer as gerações futuras.
Motivação
Para ele a motivação em fazer a coluna é que estamos vivendo em um mundo que precisamos, urgentemente, garantir que ninguém fique para trás, evitando que pessoas morram de fome, malária ou diarreia. Nesta coluna, o foco são os ODS, pautado na Agenda 2030. “Como fazer deste século, o século do progresso social?”, pergunta e acrescenta, “Essa questão será discutida em cada artigo desta coluna na perspectiva de buscar soluções para melhorar a vida das pessoas como assistência à saúde, educação de qualidade, moradia digna, bem-estar e igualdade”.
Sua expectativa é oferecer, quinzenalmente, aos leitores diferentes artigos sobre temas fundamentais relacionados ao desenvolvimento humano em cinco perspectivas: pessoas, planeta, prosperidade, parceria e paz. “Iremos compartilhar e analisar os avanços que cada país deu (ou não) em direção ao cumprimento dos 17 ODS e ainda discutir sobre novas ideias e o que precisa ser mudado para que possamos alcançar com essas metas”, explica.
O professor Nildo garante que devido à complexidade do tema, que impõe conhecimento interdisciplinar, pretende consultar profissionais de diferentes áreas do conhecimento e, a partir de opiniões diversas, produzir textos opinativos sobre os temas relacionados aos objetivos do desenvolvimento sustentável – o mundo que queremos. “Os ODS são complexos, criados por meios de um exercício de intensa consulta. É o que nós queremos, mas será que é possível chegarmos lá?”, deixa a pergunta para se pensar.









